sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A des-Graça reinante...


"Os templos neopentecostais estão abarrotados de pastores que disseminam a nefasta teologia do medo. Infelizmente, O medo tem sido espargido pelos ministros da prosperidade que de forma desavergonhada anunciam o evangelho do pânico, cujo protagonista é satanás. Nele, o crente é ensinado de que o diabo pode afligi-lo, atormentá-lo, além obviamente de destruí-lo roubando-lhe a salvação eterna. Para tanto, os evangelistas à lá Zé do caixão, promovem entrevistas com demônios, ensinam sobre o poder do capeta, além de propagarem um cristianismo onde o dualismo e o maniqueísmo se fazem presentes.
Ora, vamos combinar uma coisa? Este tipo de doutrina é extremamente interessante para os adeptos da fé “hitchcochiana”, até porque, ao instalar a política do medo no coração dos incautos, se torna mais fácil, comercializar os apetrechos da fé, cujo poder é mágico, além de eficaz para afastar mal olhado, olho grande e todo tipo de feitiçaria.
Para piorar a situação, as doutrinas propaladas pelos terroristas neopentecostais, impõem sobre os cristãos a idéia de que não existe salvação sem a intervenção milagrosa de Jesus mediante as mãos de apóstolos, bispos e pastores especiais. Ao serem induzidos a pensar desta maneira, um número incontável de cristãos abandonam na esquina da vida doutrinas como o sacerdócio de todos os santos, salvação e outras mais. Além disso, por acreditarem na existência de líderes especiais, os membros destas igrejas tornaram-se reféns de uma política espiritual, onde desobedecer a determinação do pastor é pecado grave, podendo trazer maldições da parte de Deus sobre aqueles que tocam no “ungido” do Senhor.
Isto posto, afirmo que o Evangelho de Cristo se contrapõem em muito a teologia do medo. Em Jesus e por Jesus somos libertos da escravidão do pecado, e do domínio do diabo. Vale à pena ressaltar que a Bíblia também nos ensina que somos de Deus e que em virtude disto maligno não nos toca. Em outras palavras, isto significa dizer que não existe esta história de que o diabo pode aprontar o que quiser na vida do cristão.

Louvado seja o Senhor que nos VERDADEIRAMENTE nos libertou e que por intermédio de sua cruz nos tornou livres."
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RESPOSTA:
Mano,
O big problema no meu ver, é que foi instalado tal evangelho da des-Graça no inconsciente do povaréu crente, e mais, idiotizados pelas bravatas de seus lideres macunaímicos!
Sim, o tal inconsciente coletivo criou um “holograma maximizado” mensurável em cada individuo vitimado inconscientemente pela imagem de um ídolo (líder), cujo paganismo dimensional abrange os neófitos da fé aos já viciados há tempos no “poder” absoluto e obscurantista de seu Líder-mentor-luciferiano...
Acho que seja muito difícil que se reverta tal quadro experimental do ente Igreja... Esta geração é virtual na sua devoção e adoração ao que é RETO, e real e latente nas suas compulsões contemplativas ao materialismo...
Eles [os mentores macunaímicos] de fato conseguiram ecumenizar o Evangelho dentre eles mesmos, sem convidar nenhum outro seguimento religioso de fora.
Ora, toda religião é sincrética em si, porém, permitir que o sincretismo religioso dite as ordens de Culto a Deus e ao Deus do Culto, significa surtar ante ao empobrecimento psíquico e espiritual de cada movimento que apresenta ser a solução para uma geração doente e ambígua (onde qualquer emulação representa UNÇÃO). É no candomblé que assim funciona!
De ambigüidades e ambivalências seja feito o próprio existir, todavia, deixar-se emacumbar pelo diagnóstico de que: saudável e espiritual é todo aquele que dá um sim para os fetiches neo-pentecostais, quando que a proposta do Evangelho jamais fosse essa – “Eu tenho um chamado (meu ministério) e possuo o Espírito Santo - batismo com fogo”, alguém já ouviu esta frase antes?
Ora, esta é uma frase pitoresca mais usada no meio neo-pentecostal!
O cara diz que tem um ministério particular por obra do Espírito Santo agindo na vida dele. Para mim isso significa apenas, uma SUBJETIVIDADE que precisa se auto afirmar quanto herói da fé apostólica dada a profetada dos 144.000 Apostolozinhos!
Ora, e todo aquele que tentou coletivizar a sua individuação narcisista se ferrou na História!
E os apostolozinhos modernos tentam a tudo custo com suas retóricas jactantes e bazóficas, relativizar a História, com mais uma bravata gospel: "Permaneça aqui neste  ministério e Deus mudará a sua história!"
A própria Bíblia faz um relato sobre dois "líderes do momento" chamados de Teudas e Judas (galileu), Teudas  - o qual arrebanhou um povo (400 pessoas) dizendo ser o “cara” e por fim se perdeu e juntamente com ele foram todos abismos abaixo, e da mesma forma aconteceu com Judas nos dias do alistamento!(Atos.5.36 e 37)
O Evangelho nunca ofereceu tal narcisismo a ninguém e nem tampouco arcabouços de prosperidades proféticas ao povo eleito.
Porque é tão dificultoso para essa gente [para o crente do superego] acreditar somente em JESUS?
Porque é tão fácil OBEDECER aos ritos da igreja e aos COMANDOS dos lideres demarcadores de territórios alheios, e por outro lado, não dá ouvidos para o que Jesus apenas PEDE que se faça? E isso em nome e para o bem dos homens sem acepções de classes sociais?
Quando leio nos evangelhos a atuação de Jesus entre o povo sofrido e desnorteado no chão desta vida doida fico perplexo com o Seu amor virulento , e que inclui a todos socialmente.
Ora, o amor apresentado por Jesus nos evangelhos não reivindica nada, não impele o homem a exigir nada a Deus (determinar) e nem a espoliar ao seu próximo, antes, ensina saudavelmente e deliberadamente a dar, dar e dar, sem trocas... Visa somente o OUTRO. E isso é simplesmente extraordinário!
Porque nisto consiste em amar ao próximo como a si mesmo!
Jesus nos ensina um amor puro-verdadeiro e divino-incondicional como forma de graça e aceito por Deus. Uma decisão unilateral daquele que ama no amor eterno!
Quando a prioridade for o OUTRO na vida do cristão, todos entenderão que é do amor ao próximo a chave de toda a felicidade e santidade que um crente possa ter nesta vida ambivalente. E aí meu irmão (â) você pode dizer que ganhou o mundo inteiro sem perder a sua alma... Você estará CURADO!
O amor é oferecido (sacrifício); de graça (não condicional); e não barganhado de maneira platônica (o amor Eros - conjugal), ainda que haja a presença do amor fraternal (recíproco), o amor ágape se estende hoje no tempo e no espaço corporal de cada ser - amante e exponencialmente se escancarar na eternidade sem os re-começos...
Lá na eternidade da vida em pleno amor perfeito, o ser recriado na imagem e semelhança de Deus, se descobrirá sem nenhuma vergonha que lhe faça ver a sua nudez de coração, pois, o seu verdadeiro eu estará iluminado por Deus eternamente - E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de lâmpada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os ilumina; e reinarão para todo o sempre.” (Apoc.22.5).
É preciso lembrar que a Queda do homem resultou na perda e no desfiguramento da imagem divina. Isso não quer dizer que os poderes mentais e psíquicos (a alma) se extinguiram, mas que a inocência original e a integridade moral nas quais ele foi criado se perderam por causa da desobediência.
Portanto, o homem é absolutamente incapaz de salvar-se a si mesmo, e não há esperança de que lhe seja restaurada a imagem divina, a não ser se por um ato de (G)graça.
E é neste espírito que me faz repetir aqui neste artigo que: Estão realmente conseguindo fazer do Evangelho uma FÁBRICA DE TARADOS; NEURÓTICOS; PARANOICOS E MANÍACOS – sim, estamos vivendo a Era da SOCIOPATIA e suas projeções mais ambíguas possíveis!
E por uma única razão ambivalente:
A)     O homem caído delibera e extravasa energias cortantes a fim de dominar o seu semelhante – o que é considerado como loucura de morte pelo Evangelho. Posto que seja abominação para Deus ao sondar o coração do perverso, cujo desejo seu seja manipular o próximo (o qual ele jamais viu como o OUTRO). Isso é fazer o uso do poder para o mal, e como mal maior, satisfazer o seu egoísmo.
B)     O fruto do amor de Deus em nós produz o açucares da doçura no Espírito Santo. E todo homem nascido de Deus deve ao menos se brear com este melaço... Ele cresce na medida em que a graça de Deus é entendida e instalada na sua alma em forma existencial de pura gratidão [psique regenerada em absoluto espírito].... Daí um milagre a surgir em meio às ambigüidades pós Queda, - Um renascimento - o Espírito liquefaz o “corpo da carne” [que é inimizade contra o Deus do amor eterno] dado ao inconsciente coletivo gerado na inconsciência sem o discernimento do propósito do Evangelho na existência...
E o que daí nasce e toma corpo espiritual, é justamente uma nova consciência espiritualizada como filho do amor eterno – Deus.
Sinceramente eu não consigo entender como é que o crente dês - evolui tanto neste sentido em relação a Deus?
Cuidemos nós, aos que se arrogam estar ainda de pé, que não venhamos a negociar descaradamente a nossa salvífica alma pela solicitude do que se existencializa hoje como dês-Graça cristã.

Mano Serafim

terça-feira, 21 de setembro de 2010

O Pastor-cão....


Infelizmente, igrejas fundamentadas na Bíblia estão se tornando cada vez mais raras nestes últimos dias. Os fundamentos da doutrina cristã estão sendo abandonados pela aceitação do erro e da heresia. A enganação está aumentando e muitas ovelhas de Deus estão sendo enganadas por charlatões disfarçados de ministro do evangelho. Os promotores desse quadro decadente são os pastores-cães sempre desejosos de agradar e de alcançar a aprovação dos homens. Esses maus líderes gostam de bajular para obter confiança e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos simples. Em Filipenses 3:2 o apóstolo Paulo assinala: “Guardai-vos dos cães, guardai-vos dos maus obreiros”. Uma das passagens mais dramáticas da Bíblia é Isaías 56:11 onde o profeta dá as características dos pastores-cães “Estes cães são gulosos, não se podem fartar; e eles são pastores que nada compreendem; todos eles se tornam para o seu caminho, cada um para a sua ganância, cada um por sua parte”. Como se observa no versículo, os pastores-cães são extremamente cobiçosos, de torpe ganância, avarentos; sevem ao seu próprio ventre; sempre buscam a sua satisfação pessoal deixando as ovelhas ao abandono. A idéia de um cão pastoreando ovelhas é contraproducente ao Evangelho. Jesus enfatizou que “O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas”. O bom pastor, não ladra, não rosna, não rezinga, não ataca, não coloca o rebanho em apuros, não alarga o caminho estreito, mas fala o que convém à sã doutrina. O objetivo primordial do bom pastor é colocar seu rebanho sob o temor contínuo do Senhor.

Os pastores-cães buscam os louvores de seus ouvintes e, jactando-se dos bancos cheios aos domingos, arvoram a bandeira falsa do avivamento. Esses maus líderes estão preocupados em solucionar as neuroses das pessoas, revestindo de açúcar seus sermões. Esquecem eles, que o único remédio para a cura dos males que afligem os homens, seja na mente ou no coração é a Palavra de Deus. Uma estratégia usada pelos pastores-cães é manter um perfil discreto e dar aos ouvintes o que eles querem, esperando que voltem no próximo domingo. Esses enganadores fazem com que as pessoas pensem que foram curadas dos seus pecados quando nunca souberam que estavam enfermas, eles colocam vestimenta de justiça sobre os seus ouvintes quando nunca souberam que estavam nus. Seus sermões são uma espécie de chá de eva-doce para acalmar os pecadores, mantê-los confortáveis e domesticá-los. Pregam um Deus meloso, bonachão que não faz exigências. Suas mensagens não têm a capacidade de arar a terra com profunidade, não rompe o solo rochoso da alma humana, não vai além da superfície. Nas igrejas dos pastores-cães a fé virou show, a adoração virou entretenimento, a santidade deu lugar ao “não tem nada a ver”, a cruz foi substituída por outra mais macia, ou seja, a freqüência do povo à igreja é comparada com o número de pessoas que vai a um parque de diversões. A igreja desses pastores-cães é a igreja da Aceitação: o pecado não é tratado com seriedade, todos podem entrar e permanecer pecadores contumazes. Esses maus líderes não entendem que clubes sociais construídos sobre o nome de Jesus Cristo não são a igreja do Novo Testamento. Um pregador que deixa de “quebrar alguns ovos” regularmente, por que tem o objetivo de ser popular, não está qualificado para o ministério. Uma característica marcante desses pastores-cães é que as experiências têm maior peso que as Escrituras. Quando as pessoas desmaiam na igreja, ou riem descontroladamente, ou latem como cachorros, ou miam como gatos, ou rugem como leões, ou se arrastam como cobras, esses pastores acham que todas essas manifestações são de Deus. Para esses réprobos a Bíblia somente é importante quando não contradiz suas experiências.

O salário altíssimo é a marca principal desses pastores-cães. A Bíblia diz que o trabalhador é digno do seu salário. Portanto, não há nada de errado um pastor receber um salário adequado. Mas, quando o pastor torna-se milionário e vive em uma grande mansão com carros do último tipo conseguidos do seu rebanho, é um lobo mercenário. Esses mercenários têm mundanizado o Evangelho. Para eles, o sucesso de uma empresa multinacional é o modelo a ser imitado pela sua igreja.

É preciso entender que o mundo dos negócios está preocupado com a aparência e o lucro e não pode ser modelo para a igreja do Senhor Jesus Cristo. O verdadeiro pastor que não é mercenário é como Moisés que “permaneceu firme como quem vê o invisível” (Hb 11:27), ou seja, os seus olhos estavam sobre o invisível, o reino espiritual de Deus, não no reino deste mundo.

Os pastores-cães induzem o povo ao erro através de alianças com o que é profano. Para isso usam de jargões atraentes e diplomáticos do tipo: “Unidade na diversidade”, ”O amor une a doutrina divide”, “Devemos construir pontes e não muros”, “O verdadeiro cartão de identidade do cristão é o amor”. Através dessas frases engenhosamente bem construídas erros doutrinários grosseiros têm sido tolerados em nome do amor. Cristianismo é acima de tudo união de gregos e troianos, judeus e gentios, negros e brancos, ricos e pobres, todos unidos numa só fé. Mas, o cristianismo verdadeiro não tolera a conjugação entre o certo e o errado, a verdade e a mentira, a luz e a escuridão. A unidade não deve ser meramente espiritual, mas acima de tudo deve ser bíblico-doutrinária. Assim como a água e o óleo não se misturam, verdade e erro não podem combinar para produzir algo bom. Deus é amor, mas é também santo por isso não dá para justificar a união do santo com o profano como querem os pastores-cães. Em 2 Tessalonicenses Paulo exorta dizendo : “ Se alguém não obedecer à nossa palavra por esta carta, notai o tal e não vos mistureis com ele”. No capítulo 16 verso 17 aos Romanos, Paulo assinala dizendo: “Rogo-vos irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes, desviai-vos deles”.

No livro apocalipse há uma sentença severa para os pastores-cães “Ficarão de fora os cães” (AP 22:15). Cabem a nós, ovelhas, ficarmos atentos para a solene advertência: CUIDADO: PASTORES-CÃES!
Autor: Ir. Marcos Pinheiro
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Comentário de Mano Serafim:

Mano Fernando,

Vosmecê já ouviu falar sobre o pastor-cão pit bull ?

Essa raça instrumenta com bastante habilidade a Bíblia como arpão e guilhotina contra o rebanho de Cristo!
O pastor-cão pit bull vive á caça de homossexuais para estraçalhá-los, porém, nas manufaturas de suas doenças de alma, eles são os próprios tarados sexuais - observe os  discursos deles acerca do tema.
O pastor-cão pit bull "estuda" bem a Bíblia para poder levar vantagem nos contra-argumentos daqueles que jamais se deixaram domesticar (pôr coleira) com seus ensinos caninos - a exemplo de “Ficarão de fora os cães”. Eles distorcem as Escrituras e utilizam da índole canina e animal de um pit bull em ataque (furioso)...
Para eles esta exortação é destinada, e só surtirá efeito punitivo contra os cachorros-de-fateira! (rsrsrs)
Ora, o cachorro de fateira é aquele vira-lata que fica na espera das vísceras no pé do balcão de um açougue... E neste contexto, é o individuo que espera se algo de "bom" será atirado ao chão onde pisa o seu pastor-cão pit bull (mesmo sendo eles que oprimem os cachorrinhos debaixo de suas mesas).
Todavia, na sua maioria os mesmos são capachos, me refiro aos cachorros de fateira em relação ao pastor cão pit bull (este é reverenciado pela raça)....Estes são colocados como tapete vermelho para o líder pisar, pisar; marchar; demarcar o território com xixi;  cuspir, e soltar flatulências caninas (pura ração)...
Os pastores cães pit bull's possuem pedigree, já os demais tem que "ralar" muito ainda, até receber tal "HONRA", digo: uma coleira com o título de honra cão pit bull do momento, e hajam atos patéticos.
Conheço um pator-cão pit bull que há pouco tempo recebeu uma coleira de patriarca...claro, um pit bull dos grandes!
Vosmecê deve também conhecê-lo!
Penso que: quanto mais conheço os homens [que-não-são] de Deus, mais eu amo o meu cachorro...,
Aliás, o meu cão é crente!

Mano Serafim (Anjo bão)

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Profecia ou Profetada?

From: eunandittos@hotmail.com
Subject: Profecia ou Profetada?
Date: Mon, 23 Aug 2010 17:44:11 +0000

O que tem de gente hoje que chama pra si o título de profeta e sai por aí dizendo, "EIS QUE TE DIGO..." não é normal. Fico assustado com a falta de temor dessas pessoas que entregam esses revelamentos.
É gente diagnosticando câncer de próstata em mulher, dizendo que homem casado vai encontrar sua cara metade, dizendo as irmãs grávidas, "eis que se não for menino, haverá de ser uma menina hein...". Seria cômico se não fosse trágico. Seria divertido se isso não destruísse vidas.
Mas a questão que chega sempre a cabeça de quem ouve essas coisas é a seguinte: Como você faz pra discernir entre revelamento e revelação? Bem, primeiro, revelação que é revelação se cumpre, revelamento se perde no vento. Revelação é fruto de intimidade, de ouvir a voz do Espírito Santo. Revelamento é obra da carne, motivada por vaidade ou paranóia.
Discernir entre essas duas coisas é delicado demais, porque até alguns revelamentos soam verdadeiros e geram esperança na vida das pessoas. Porém a revelação gera vida e traz paz, além de testificar no seu espírito que o que foi dito é verdade.
Cuidado quando ouvir um "profeta" desferindo suas profetadas por aí. Tem gente que por culto ouve mais a voz de Deus do que Isaías em todo seu ministério. Isso é descabido, exagerado e fraudulento. Não saia por aí procurando as revelações, saiba de uma coisa, se Deus quer mesmo falar com você, ele o fará levando alguém até você ou através de qualquer outra forma inteligível.

E no mais, tudo na mais santa paz!
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Comentário:

Mano Nando,

Ponho as duas expressões no mesmo horror-rizonte...,
O que diferencia, se é que HOJE há diferenciação nas expressões escritas (profecia & profeta-da), é a articulação estelionatária de seus "videntes da prosperidade bruxificada medieval”... Aquela velha e conhecida história narrada nos livros, que traduz os cristãos como verdadeiros bruxos e detentores dos oráculos de Deus, ou seja - "em nome de Jesus pode ser feito “tudo e de tudo e com todos".

Pró-fecia = profeta & Cia - pró-fere palavras e acontecimentos não da História como fatos viscerais contidos na Biblia (como revelação), mas evangelhocumba, e trabalha para que as "coisas" aconteçam ou saiam como foram pré-ditas ou anunciadas pelos pró-fetichistas da irmandade viciada em mistérios e “profetas” de ministérios locais.
Pró-fetada= profecia que reverencia o própio Pró-fetichista, o qual deseja que se cumpram os seus desejos megalomaníacos e patológicos de seu eu fetichizado!

Tanto ao profeta de proveta que pró-fetiza seus fetiches narcisistas e de "poder" religioso (para seu benefício particular), quanto à profetada que é vaticinada em nome de tal "profeta", porém, para um grupo seleto!
Ambos, tanto o pró-feta quanto a profetada trabalham em pró de uma Companhia Mercantilista do Rapa-rapa... E isso se a "vaticinação" contra o "irmão” (que não concorda com seu mini-estéril) não for de teor apocalíptico!
Sugere uma pergunta para quem ainda pensa examinando a Bíblia – serve também para aquele que ainda medita nela na esperança de possuir a vida eterna em Cristo Jesus - "Examinais as Escrituras, pois, cuidem ter nela a vida eterna, e de mim, elas testificam!"- disse Jesus.
Dito isso, pergunto respondendo: Depois de lido os 04 Evangelhos. Inquiriramos, porém, um exame apurado e exegético em ATOS dos Apóstolos. Na procura se há algum registro de que a Igreja de Cristo deva ser guiada por profetas e profecias?
Nos dias de Paulo (N.T.), Ágabo (considerado profeta) havia profetizado a seu respeito, quanto a sua ida a Jerusalém para anunciar o Evangelho, e Paulo pouco deu ouvidos ao que ele (Ágabo) havia predito.
Ora, e daí mano?
O próprio Paulo (que de fato Apostolo o era) entendeu que a profecia mesmo sendo dirigida a sua pessoa deveria também passar pelo crivo do coletivo (todos que formavam a Igreja) - embora a coisa acenasse que iria ficar preta para o próprio Paulo... E mesmo assim ele não se importou com o que lhe poderia acontecer - isso se chama fé; coragem; ousadia; determinação; desapego e amor!
Só há este registro na história da Igreja primitiva e Neotestamentária que se refira a profeta e a profecia, e não há mais nenhum outro em que possamos nos embasar e que tenha crédito de aceitação e orientação para a Igreja de HOJE!
Hoje ser profeta é sinônimo de conhecer o futuro do próximo e revelar o desfecho do mundo!
Hoje o ministério de profeta é sinonímia de poder e honra no meio da cristandade que nutre uma espiritualidade eso-histérica!
Hoje quem prediz o futuro de outrem ganha status quo e jacta pela honra das otoridades patriarcais da re-li(e)gião materialista!

UM AVISO!
Aos chapados e empavonados pelo ópio que ejacula de suas taras fetichistas, os quais vivem numa paranóia abismal existencial sem fim: a Palavra de Deus é a única PALAVRA PROFÉTICA e INFALÍVEL diante de qualquer circunstância, diabrura, bravata, homem, autoridade religiosa, doutrina, força, poder, energia, espírito, era, história, século, surto, patologia, revelamento, pró-fecia, profetada, clichês e etc.
Está Escrito (procure na Bíblia como a Palavra VIVA de Deus quando manifesta se revela espírito ao que ler...) - A profecia ORIUNDA de Deus (Espírito) serve para: Admoestar (exortar, ensinar); Edificar (instruir, percepção, discernimento) e Consolar (tranqüiliza a mente e apazigua o coração do servo-filho de Deus).
Ora, e quem vive na percep-ação da Graça e anda segundo o Espírito da reconcilia-ação deixa-se levar pelo vento do espírito do Evangelho de Cristo Jesus!
Eh, o entendimento da Graça de Deus sobre, dentro, do lado, e para todas as dimensões da vida, é a chave de toda a compreensão do mistério que envolve o salvo-livre do perdido-preso que ainda necessita de PROFETAS que o guie...
Reverbero a Escritura: Pode um cego guiar outro cego?
Quem deseja ser profeta nesta geração presente, sugiro que faça um VOTO de pobreza, e por mais absurdo e antagônico que seja diante do Evangelho bíblico e vívido, pois, não conheço nenhum crente e evangélico, principalmente "PROFETA" que tenha feito voto de pobreza nesta geração. O cara faz dinheiro e seu pé-de-meia logo...
Posto que os profetas veterotestamentários, além de serem reprovados pela monarquia do poder constituído ou Estado, eles viviam á margem de tal sociedade, porque ser profeta naqueles tempos significaria ter que sobreviver a cada término de seus vaticínios (rsrsr) - não poderia haver BARGANHAS com a COROA; com o ESTADO e nem tampouco com o CLÉRIGO!
E hoje, o cara quer ser profeta, pois, a galera procura e paga para ver e ouvir o que “Deus” tem para eles pela boca dos pró-fetas da prosperidade.
Aliás, profeta é o cara o que anda na contramão do mundo cristianizado e evangelizado pela igreja caída da graça!
Os tempos estão mudados, hoje se pode ser profeta e político!
Vá dormir com um barulho desses...
E hoje- Em nossos entremeios protestantes?
Há (existem) profetas que não são dignos de o mundo possuí-los?
Acho que nem preciso falar mais nada!
Os apóstolos profeteiros que se manifestem com suas pró-fetadas!

Nele, que não foi pró-feta e nem pró-fetizou, antes, é o espírito da Profecia!

Mano Serafim

domingo, 12 de setembro de 2010

Dois reinos em um só...

O pensar filosófico acerca do mal é objetivamente raso, não havendo profundidade na ciência do mal (como objeto) e como ele evolui profusamente na vida do homem, o conhecimento se mantém na superfície do terreno sem penetrar nos magmas mais profundos do saber humano. A antropologia jamais desvendou a essência do mal no homem e no mundo. A única teoria que se abraça é que o mal só existe se for por intermédio da ação do homem – embora nem todo mal seja de fato um mau para o homem e nem todo o bem seja bom para o homem!
Certa feita Einstein disse que o mal não existe e que o mal seria apenas reações advindas dos homens que não tem a Deus nos seus corações... Ou seja, o mal é a ausência do bem!
Assim como as trevas jamais seriam trevas se a luz não existisse, portanto, as trevas não existem, o que existe é a luz – “haja luz” e houve luz!
Ora, e houve luz sobre as trevas... Cientificamente não se pode medir a velocidade das Trevas (rsrsrs), entretanto, da luz se pode medir!
De uma maneira diferente de ver o mal no mundo como resultado ruim entre causa e efeito, o apostolo João verticalizou sua percepção sobre o bem e o mal – polarizando dois mundos distintos.
O seu dualismo definia o Bem como conseqüência da graça, bondade e amor de Deus que o colocava num mundo superior (sobre - de cima) em relação ao mundo governado pelo Diabo, o atual mundo inferior (de baixo), onde o mal seria reinante como mundo decaído quanto sistema corruptor dos homens (moralmente).
Ora, o mesmo João disse que Jesus se manifestou em carne para destruir as obras do Diabo!
Daí ser auspicioso para João pensar num paralelo entre dois MUNDOS – o do alto, no plano espiritual (dimensão vertical) e o de baixo, plano animal (dimensão horizontal). Todavia o astrofísico Isaac Newton (judeu) ainda não havia nascido e trazido consigo a “revelação” de que a força da gravidade revolucionaria o pensar dos antigos filósofos gregos e as convicções religiosas dos judeus.
O céu e o firmamento para o judeu era algo muito difícil de se compreender... Mas depois que se descobre de que a terra é esférica, o que pensar desde então, já que se pensava que haveria mundo de cima e mundo de baixo, qual seria a localidade geográfica, qual o espaço físico para se fixar tal mundo superior e assim dissociá-lo do mundo de baixo?
Pergunto; estamos em que posição agora? Já que a terra gira em torno de seu eixo? Causando assim os movimentos de translação e rotação?
O (s) céu(s) fica(m) em cima ou em baixo? E o inferno onde está localizado? (rsrsrs)
E tem mais, o próprio João conceituou de incredulidade, a relação ocorrida entre Jesus (Luz dos homens) e os homens que por sua vez viviam em densas trevas (estado caído) e sob o domínio de Satanás (Príncipe deste século). Assim, todo aquele que despreza o testemunho de luz e da Luz, que ilumina todo o homem que vem para a luz – este próprio é considerado incrédulo!
O Apóstolo Paulo diz meio que zangado que trevas e luz certamente não se combinariam...
Outro contraste que encontramos no dualismo Joanino é que carne pertence ao reino de baixo (reles mortais), porém, não materialmente má, como os gregos pensavam que a matéria era totalmente má.
Portanto, ele interpreta que o Verbo-logos se fez carne e habitou entre os pecadores cheio de graça e de verdade (e não cheio de pecado e pleno de maldade). Do contrário, Jesus seria formado de uma antimatéria, pois, desta forma toda matéria seria má, logo o Cristo não escaparia de qualquer essência do mal- e seu sacrifício humano não atenderia as exigências de um Deus não matéria,  mas Espírito e essencialmente Santo!
Apesar de João ter dito de que Deus amou o Kosmos (cosmos) de TAL maneira e que deu o seu Filho para salvá-lo, implica que mesmo a raça humana tendo caída e se alienado do Criador, ainda assim, o Pai ama eternamente a sua criação e universo!
O Apostolo Tiago disse que aquele que ama o mundo se consagra (separado está) inimigo de Deus nesta existência e no porvir. O mundo-cosmos referido aqui se interpreta como sistema mudano e reprovado por Deus e não como os gregos pensavam como criação atômica.
O discernimento que o Evangelho nos traz é que o mundo não pode ser salvo por Deus, pois, profeticamente o mundo condenado esteja. O mundo reconciliado e, porém, salvo é exatamente o mundo dentro do tempo e do espaço em que contamos as gerações – na cosmovisão de João, o mundo seria as pessoas que habitam um sistema, e que aderindo as Boas Novas do Reino Superior (de cima - Deus), neste caso, o Evangelho de Jesus Cristo, tais pessoas passariam agora a pertencer ao mundo de cima, mesmo no mundo vivendo, mas do mundo não mais pertencendo - Jesus disse: “Antes do mundo vos escolhi”.
De certo que João não era um filosofo e sim um discípulo, o qual viu e ouviu coisas inefáveis – “Pois vos digo que muitos profetas e reis desejaram ver o que vós vedes, e não o viram; e ouvir o que ouvis, e não o ouviram” (Lc.10.24).
A morte para João era encarada como um estado de transição para a vida eterna – “Aquele que crer em mim passou da morte para a vida”.
Conquanto aquele que estiver morto viverá e, em alguns casos, pessoas jamais sentirão a morte!
João revela que a condição para o homem ser salvo ainda em vida é crer em Jesus Cristo como o Unigênito do Pai, o qual "desceu" de seu mundo (de cima) e estabeleceu o seu Reino neste baixo mundo linear.
É crer ou des-crer!
É pegar ou largar!
Posto que quem optar em largar e descrer assim aniquila a Graça e o testemunho que o Filho dá do Pai!
Haja vista que o Rei do Reino de cima rompe o tempo e o espaço e penetra na História como servo e estabelece um “Portal dimensional” entre o reino de cima com o reino de baixo – “O que ligares aqui na terra será ligado nos céus!”
Apesar dos discipulos não entederem plenamente este reino, ele é instalado de forma sobrenatural em suas vidas – um ensaio para o que há de vir vindouramente na verticalidade da glória do Cristo Ressurreto!
Apesar de não se heterogeneizar com os outros três evangelhos sinópticos, o evangelho segundo S. João se iguala no que tange ao Reino escatólogico, em todos os quatro evangelhos nutrem a esperança de um Reino celestial e com recompensas aos que vencerem o mundo mal, o mal no mundo e milicia contra a própia alma, embora habite o Reino de Deus e ambiguamente sirva de abrigo para o mal. Neste caso, não deve haver dualismo, e sim consagração do ambiente como templo do Espírito Santo.
O que desejo dizer com isso?
Que cada vida e cada corpo representa um mundo, seja ele na sua subjetividade quanto na sua coporalidade de estrutura bioquímica.
É Deus salvando os homens de seus mundinhos e universos aos avessos!
Daí o pensamento Joanino de Deus criar o mundo(cosmos) e desejar amantemente libertá-lo de seu cativeiro existencial...[...]...
Por outro lado, ao gênero homem discípulo, o mundo globalizado do Evangelho atende as suas demandas humanas em infindáveis dimensionalidades. A multiforme graça abrange a todos.
O mandamento é certo quanto ao “deves amar” quanto ao “deves ser” luz e sal da terra!
Vivendo assim, na substancialidade do sal (sendo nós o sal da terra) e da Luz(tendo luz e luz sendo) no mundo, o mundo verá que temos a autoridade de colocar o sabor da alegria na vida do próximo, e luz da verdade nas trevas existenciais daqueles que andam na escuridão em pleno dia...
Ora, dessa maneira se cumpre a palavra de Deus na vida daquele que assim abraça o Evangelho sem ódio e rancor, mas com ações de liberdade de quem na luz está, e desta forma agirá como o bom samaritano, que quer onde colocava os olhos via reconciliação, perdão, regeneração, cura e salvação!
E sabe por que?
Por que se teus olhos forem luz, o teu corpo plena-MENTE também será luz...
E apesar de eu crer no que João creu e assim falou, eu particularmente acredito que estes dois reinos são apenas UM!

Nele-Cristo, a Quem João chamou de Luz dos homens.

Mano Serafim

sábado, 11 de setembro de 2010

Parias NEO-pentecostais

From: eunandittos@hotmail.com
To: alfredoserafimanjo@hotmail.com
Subject: Bom texto
Date: Thu, 9 Sep 2010 17:37:41 +0000


Fernando disse: Concordo com este escritor!



Há alguns meses um amigo me trouxe um DVD cujo título era: "Cativeiro nunca mais." Até aí tudo bem, o problema é que a protagonista da mensagem era uma criança. Isso mesmo, um menino com tiques e trejeitos evangélicos que desesperadamente gritava invocando sobre os seus ouvintes as bênçãos de Deus. Em 2007 o jornal O Globo publicou a matéria "Pequenos Missionários". A reportagem tratava exclusivamente de meninos e meninas que nos últimos anos vem atuando como líderes e pastores de igrejas evangélicas no país. Se não bastasse isso, a matéria é enfática em afirmar que tais crianças atendem os desesperados e prometem cura aqueles que os procuram.
Sinceramente, parece que parte dos evangélicos se sentem vocacionados a aberração. Confesso a você que falta-me palavras para descrever minha perplexidade diante de tantos fatos exdrúxulos.
Meu amigo, não dá para engolir essa história de crianças pregadoras. Na minha perspectiva isto afronta diretamente o bom censo, a ética, a moral e principalmente a Deus. Ora, criança tem o direito de ser tratada como criança. Ela deve receber amor, afetividade, carinho, respeito, limites e educação. Criança tem o direito de brincar de pique, correr, saltar, pular, rir e celebrar a vida. entretanto, movidos por uma espiritualidade dualista e esquizofrênica, inúmeras igrejas deste país as tem tratado como adultas. Em tais comunidades, elas se vestem como adultos, falam como adultos, dizem a “paz do Senhor”, usando com maestria o “evangeliquês”, além é claro de desenvolverem um comportamento absolutamente artificial.
Acredito que os pais possuem papel fundamental no resgate de valores da moralidade, e que em hipótese alguma devam permitir com seus filhos sejam "instrumentalizados" por líderes inescrupulosos que visam o seu próprio umbigo. Caro Leitor, a vida é bela, é deve ser vivida momento a momento. Criança deve ser criança, até porque é sendo criança, vivendo como criança, não queimando etapas, nem tampouco ultrapassando os limites naturais da vida é que poderão no futuro construir um mundo melhor.
Pense nisso!
Renato Vargens

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O Evangelho que transforma...(19/10/2002)

Este artigo foi inicialmente escrito em 2002, porém, e ainda hoje continua atualíssimo em seu conteúdo e sempre que posso leio novamente...
"Pois vos foi concedido, por amor de cristo, não somente o crer nele, como também o padecer por ele"... (Fp. 1.29).
Vivemos em uma época em que poucos cristãos sabem discernir o significado de estar em Cristo, galgamos numa geração contraditória e confusa em seus ideais e onde o cristianismo Bíblico e autêntico fora transformado em uma fórmula moderna quanto eficaz para a satisfação imediata de todos os nossos anseios...
Existem em nosso meio (evangélico), e no mundo afora, inúmeros crentes dos mais variados perfis já vistos. São muitos (até mesmo a maioria) dos que desejam uma satisfação imediata e efêmera de seus desejos humanos, pessoas que realmente esperam a plena realização de todas as promessas divinas ainda nesta vida.
Elas almejam uma perfeição jamais exigida pelo próprio Deus; fomentam uma crença numa sociedade santa, imaculada e sem violência ao Reino (surrealismo religioso)...
Buscam a todo vapor uma comodidade e descanso “espiritual” que só poderão alcançar e usufruir no Céu...[...]
É como um paradoxo que nos arrebata ao ponto de delirarmos misticamente ao êxtase do nada... Ao contrário de tudo isso e o que se apresenta prontamente e frontalmente contra nós, é a DOR...
Conseqüência inata ao individuo (homem caído – Gên.3) - que outrora vivenciava os prazeres da alegria, serenidade e paz, mas que agora decaído de seu estado original perfeito, maculado, tornando-se o contrário de sua forma originária em que fora criado (tendo que viver com ambigüidades existenciais), sendo assim, o mesmo luta incessantemente para expulsá-la (dores) de sua "natureza adâmica" (pensamento teológico), porém sem sucesso.
Na verdade ou em verdade, o que percebo é que o Espírito nos conclama sabiamente é para uma maturidade de como saber conviver com esta "dor" que nos afeta e tenta a todo modo nos impedir de prosseguirmos em conhecer mais e mais a Deus...
O homem espiritual é forjado de sabedoria, ele consegue extrair de seus momentos de dor, a força espiritual que lhe mantém voltado para o Caminho. E que um dia o poderá levar a perfeição tão espiritualizada que almejamos ter. Todavia não quero dizer aqui de que necessariamente devemos nos acomodar e se conformar com o sofrimento interior quanto ao exterior, sim, não estou fazendo aqui nenhum "voto" de comiseração (autopiedade), e nem tampouco ensinando ás pessoas a se "auto-flagelar" para alcançarem a "evolução espiritual". Estou simplesmente tentando encontrar assim como você que me ler uma explicação para a DOR...
Não é de se admirar que nas Escrituras estejam recheadas de experiências vividas por homens e mulheres que apostaram de tudo e tudo em Deus, em troca de uma âncora para uma alma inquieta e sedenta por um Deus que nos parece tão distante, mas que está tão próximo como o oxigênio que penetra em nossas narinas e infla mecanicamente os nossos pulmões diariamente nos trazendo vida própria!
A marca do pecado na humanidade está revelada na morte do ser humano, no entanto o Evangelho de Jesus Cristo nos direciona e nos ensina de que através da dor e do sofrimento da alma podemos usufruir a abundância de vida que existe na morte de Cristo... Porque assim ensinam as Escrituras, que Jesus morreu para nos dar vida, e vida em abundância!
Portanto um só homem morreu por todos, para que todos MORRAM E NÃO OBSTANTE vivam somente por Ele e tão somente para Ele, através da fé.
Na epístola aos Colossenses, o Apostolo Paulo nos convida a termos o mesmo sentimento de Cristo que através da submissão a Deus mesmo sofrendo sem merecer, padecendo sem entender, e suando sangue sem retroceder, sendo assim aprendeu a obediência que agrada a Deus. Tornando-se o exemplo verdadeiro de servo fiel e de filho amado. E mesmo sabendo ele de que logo mais seria executado no madeiro como fruto de sua fiel obediência a Deus. Não desistiu, e enfrentou corajosa-mente a dor...
Talvez seja sensato pensar que fugir da dor interior que nos atormenta e que de nenhum modo podemos contê-la ao nosso imediato desejo indolor, exista uma repulsa arrogante cujo brado de alivio seja atribuído ao desprezo de nossa cruz pessoal, entrando em cena o furor de um "eu" que procura através da essência da alma uma vereda de pastagens verdes e de águas plácidas para um seguro refugio distante da grande agonia da dor interior que esmaga [seus] membros mortais... Trazendo para a mente uma falsa revelação de que Deus se mostre um tanto quanto insensível ao sofrimento humano.
Portanto tal alma aflita e doída não consegue ouvir o Sumo Pastor bater com o seu cajado sobre o solo pedregoso e que por sua vez revela a trilha necessária para o rebanho, e qual seja o rumo a seguir e a qual destino chegar, na certeza de uma sombra segura onde o refrigério da alma estará...
O medo que enfrentamos de nos rendermos sem reservas a um Deus invisível nos faz duvidar das certezas do amanhã que somente a Deus pertence, no entanto quando nos desprendemos de tudo e de todos e priorizamos unicamente a Deus, a dor que anteriormente batia de frente com as nossas indecisões, incredulidades e medos, são freqüentemente suportados, controladas, superadas e em muitas circunstâncias banidas... E tudo isto serve para nos ensinar de que devemos nos concentrar mais na vida espiritual confiando(descansando) cada vez mais no poder e na Graça de Deus.
Mas, também acredito que o cristão maduro (aquele que consegue conviver com a dor sem aleijar a alma) pode desenvolver um equilíbrio ante ao sofrimento interior e as dores exteriores. Quando verdadeiramente passamos a usufruir das bênçãos espirituais e permitimos que o Espírito nos capacite com a mente de Cristo, conseguimos então dá um passo bem largo em direção a Deus e no cumprimento do seu propósito em nossa vida.
Há ainda aqueles que se projeta em meio a um "deserto" na certeza de que depois de serem "provados e aprovados" por Deus alcançarão toda a satisfação perfeita e plena que sua alma precisa e anseia.
- Na verdade o homem foi criado por Deus para gozar de todo o bem-estar e felicidade eterna, sendo o homem por sua vez formado em perfeição na imagem e semelhança de Deus, ele jamais teria que experimentar o sofrimento e dores...,
Entretanto temos que atentar para a nossa realidade latente – somos criaturas perfeitas, mas com o "seu estado original decaído," como é que realmente podemos viver num mundo imperfeito, tenebroso, oposto a vontade e direção do Criador, isto é, em um mundo em que os homens jazem no maligno e ainda assim exigirmos uma vida plena e totalmente satisfatória como no Paraíso? Analise - neste mundo caótico e desajustado longe do amor e da vontade de Deus. - Porque temos que fingir ser aquilo que não somos e fazer aquilo que não desejamos vivendo da maneira que não ansiamos? Seriamente há um número considerável de cristãos que acreditam que podem viver uma vida cristã prazerosa, gozando de uma paz intensa e perfeita, inundado por um amor perfeito e puro e principalmente com uma vida bem longe do sofrimento e da angustia da alma.
E o pior é que essas pessoas não meditam na Palavra de Deus como deveriam, não pensam como o Espírito deseja que pensem e não agem como agiria Cristo em seu lugar, talvez algum precursor do "evangelho de fórmulas mágicas", tenha introduzido tal anátema nos corações destes crentes marionetes, constituindo assim um utópico "pacote evangélico" de promessas imediatas quanto urgentes de que da noite para o dia os fieis sairão do colapso financeiro, ensinam as pessoas a barganharem com Jeová, isto é, se é que podem... E tem mais, proferem jargões como estes: "pare de sofrer; se revoltem com esta situação; chorar nunca mais"... O fato é que estes líderes ensinam aos seus rebanhos de que os mesmos não mais vivenciarão lutas interiores como exteriores e negam sagazmente o sacrifício do viver cristão.
Mesmo porque de agora em diante, os seus problemas já estão solucionados porque "deus" (mamon) o dono do ouro e da prata já encheu o seu bolso de dinheiro. E certamente o que vier após isto é lucro, esquecendo, portanto do verdadeiro significado da expiação de Cristo e negando sorrateiramente a eficácia da mensagem do Evangelho.
Quando o Apostolo Paulo escreveu esta epístola aos irmãos em Filipos, o mesmo estava encarcerado e preso por correntes nas mãos e nos pés por ser ele próprio um testemunho vivo de Cristo para o mundo de sua época, mas hoje é quase que impossível de se ouvir da boca de um cristão se o mesmo passa ou tem sido perseguido e injustiçado por causa do Evangelho de Jesus Cristo.
O que temos visto e vivido em nossas congregações é um verdadeiro refluxo de uma igreja impotente e desprovida da autoridade como do amor incondicional do Cristo de Deus. Veja logo abaixo em uma cena bíblica de como Deus na pessoa maravilhosa do Jesus - homem reage diante de nossas impotências, mazelas e vulnerabilidades humanas... Um singelo toque de sua
Graça ao nosso favor imerecido:
...Logo depois, Jesus foi a uma cidade chamada Naim, e com ele iam os seus discípulos e uma grande multidão. Ao se aproximar da porta da cidade, estava saindo o enterro do filho único de uma viúva; e uma grande multidão da cidade estava com ela. Ao vê-la, o Senhor se compadeceu dela e disse: "Não chore". Depois, aproximou-se e tocou no caixão, e os que o carregavam pararam. Jesus disse: "Jovem, eu lhe digo, levante-se!" O Jovem sentou-se e começou a conversar, e Jesus o entregou à sua mãe. Todos ficaram cheios de temor e louvavam a Deus. "Um grande profeta se levantou entre nós", diziam eles. "Deus interveio em favor do seu povo." Essas notícias sobre Jesus espalharam-se por toda a Judéia e regiões circunvizinhas.
- Lucas 7:11-17 . Duas grandes multidões se encontram. Uma segue um corpo morto. Outra segue o Senhor da vida. Até hoje a humanidade se divide nestes dois. Infelizmente, ainda hoje o maior grupo não segue o caminho da vida, mas, rumo ao cemitério. Quando Jesus diz para a mãe não chorar, não é que ele despreza a sua dor. Marido morto, filho único sendo carregado para o enterro. A dor dela era demais para agüentar. Será que Jesus pensou em sua própria mãe, que em breve estaria passando por isso?
Jesus compreende nossas dores. Ele sente nossas perdas. E ele nos conforta com o anúncio de que a hora de chorar terá fim... (Apoc. 21.3-4)
Primeiro, as palavras de Jesus penetram a terrível dor de uma viúva que acaba de perder seu único filho. Depois elas passam pela escuridão do além e chama de volta aquele que ela havia perdido para sempre. Compaixão e Poder. Os homens que têm um, raramente possuem o outro. Jesus reúne os dois como ninguém antes ou depois.
Quando Jesus ressuscitou o filho da viúva, ele mostrou que a morte não tem a última palavra. A última palavra é de Jesus. É a palavra mais poderosa que existe, e é uma palavra temperada com compaixão. Como Max Lucado observou: "Jesus não ressuscitou os mortos por causa dos mortos. Ele ressuscitou os mortos por causa dos vivos". Um dia, toda a dor e sofrimento, todas as perdas que nos rondam se renderão à palavra de Jesus. Quando Jesus fala, até a morte tem que recuar...
Graças a Deus pela esperança viva e verdadeira que temos em Jesus.
Continue lendo...
Temos visto uma grande propaganda de como adquirir uma vida feliz e próspera dentro da igreja. Na verdade o papel da igreja como instituição criada por Deus é de revelar Cristo como parte do Corpo (a cabeça) levando assim as famílias ao encontro de uma experiência com Deus e não colocá-las contra Cristo. É nosso papel levá-las a Ele de maneira espontânea e tão verdadeira quanto sincera como o Senhor deseja, ao contrário de negociarmos com os mesmos a cerca da salvação... Acredito que seja um mandamento para a "Igreja" (eu e você) propagar o Evangelho aos homens e não exigi-los que os mesmos fabriquem "poderosos" testemunhos com a finalidade de causar um impacto frustrante na vida de muitos cristãos sinceros. E em particular conheço vários cristãos que nutrem uma vida irrepreensível de santidade e oração diante de Deus, contudo não alcançou tudo aquilo que desejam, isto é, de estarem plenamente satisfeitos ou com resultados de orações satisfatórios. E mesmo assim continuam amando ao seu Senhor e o servindo incondicionalmente.
Não posso deixar de citar que quando estou no meio destes irmãos sinto-me mais humano, mais amado, e mais cristão, sabe por quê? Porque eles além de vivenciar a Deus, eles simplesmente me inspiram fé...
O ponto crucial, porém verdadeiro que de maneira implícita aparece no texto de Fp. 1.29, é a total essência de ser cristão. Paulo revela na lucidez do Espírito Santo de que a profundidade de se conhecer a Deus está relacionada com o sofrimento que enfrentamos neste corpo dilacerado pelo pecado e afligido por uma alma aleijada pela dor da separação de Deus... Entretanto com toda essa nossa vulnerabilidade e fuga que nos afugenta da presença do Senhor ainda assim podemos obter um relacionamento santo e sincero com Deus.
E é exatamente através de nosso sofrimento neste corpo corruptível que o Espírito age dentro de nós e aos poucos reformula em nosso homem interior a imagem de Cristo, pronta e poderosa para o bom combate cristão. Contudo até chegarmos lá com o auxilio do Espírito. Sofreremos dores, desacomodações, perdas e danos, todavia o amadurecimento espiritual virá e será semelhantemente como se brotam os verdadeiros frutos de uma árvore não somente frondosa, mas de excelentes frutos...
É necessário compreender que todo homem tem uma sede insaciável de Deus e é justamente quando identificamos esta sede interior em nós é que entramos geralmente em conflitos com nós mesmos. Mesmo quando já somos vivificados pelo poder reformulador e restaurador do sangue de Jesus Cristo + do Espírito Santo. E este acontecimento sobrenatural ocorre em nosso espírito (homem interior). Em contrapartida a nossa alma deseja ardentemente uma satisfação plena de todos os nossos desejos e anseios. Seria muito bom vivermos em um mundo sem violência, ódio, desarmonia, dores e tristeza não seria? Contudo só encontraremos tal ambiente no Céu. È justamente por causa disso que não estamos livres de qualquer fatalidade, tristeza, dores e sofrimento que esta vida nos oferece, e isto nos traz a memória as palavras de consolo do Mestre da sensibilidade: "No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo Eu venci o mundo". Ensina-nos também que podemos conviver com pessoas que possuem diversas indiferenças, traumas, frustrações e decepções... E que mesmo assim poderemos amar com a mesma intensidade do Mestre do amor e sermos aceito no amor fraternal, isto é, suportando uns aos outros em amor ou por amor ao Senhor... Sim e graças a Ele podemos amar e receber amor dos outros, porque Cristo demonstrou o seu muito amor para conosco nos amando sendo nós ainda pecadores. Alcançaremos a vitória como o Senhor já predisse, porém, se vencermos nossos pecados interiores, nossos conflitos interiores como também os pecados exteriores quanto aos conflitos exteriores. Descobrindo o cristão a sua sede interior por justiça e expelindo toda e qualquer impureza identificada com o auxilio do Espírito Santo de seu interior, aí fica mais fácil saciar esta sede que o ser humano possui da presença de Deus... "Encontramos um manancial" (a santa presença) de águas purificadoras em meio a um deserto árido de nossa alma, de repente passamos a odiar o "mal", passo a passo deixamos de cavar nossas "cisternas rotas" e pouco a pouco uma fonte de águas vivas e puras nascem em nosso interior, fonte esta que começa a jorrar nesta vida e se estabelecerá para a vida vindoura, isto é, ela não seca, é perene, flui a cada instante de comunhão com Cristo, a não ser que deixemos de saciar esta sede e por conseqüência disso a fonte ficará inativa ou até mesmo adormecida... (Apoc.21.6).
Examinando com um olhar cirúrgico o livro de Jó pude perceber que o Evangelho de Cristo esteve tão presente nos dias de Jó quanto a dois mil anos atrás e permanece vivo ainda hoje.
- [A provação em que Jó foi submetido é um exemplo sólido de um cristianismo autêntico e transformador, verifique que nos primeiros capítulos do livro (Jó), logo no inicio de sua prova e tribulação, a Bíblia relata: "Não pecou Jó"... E nem atribuiu a Deus falta alguma (Jó.1.22)].
Tudo aparentemente ia bem à vida de Jó até quando e de repente tudo de mais importante e significativo que possuía veio a sucumbir em questão de horas, tão inesperadamente o ventou começou a soprar fortemente contra Jó, o mal lhe sobreveio e o que ele mais temia começou então a acontecer em sua vida, logo as noticias de desgraças lhe chegavam aos ouvidos, uma após a outra, malmente Jó recebia uma noticia desagradável de que seus bens, suas crias, suas rendas haviam sido roubados, saqueados e mortos seus servos. Malmente ele acabava de recebe uma trágica noticia lhe chegavam outras piores do que a primeira e assim foi sua ruína, Jó chegou a uma situação tal que fora acometido de uma lepra terrível e por muitas vezes precisou rapar com um caco de telha sobre as feridas que lhe cobriam o corpo... Nesta ocasião Jó já havia perdido todos os seus bens que por sinal não eram poucos e até mesmo os seus bens maiores, os filhos.
...Existem fases em que atravessamos nesta vida probatória que parecem que vão nos destruir por inteiro, momentos que nos sobrevém total escuridão e solidão e somos fortemente tentados a tirarmos a visão do alvo e a abandonarmos nossos relacionamentos com Deus e com outras pessoas, uma força negativa que tenta nos empurrar deixando de alguma forma a nossa visão um tanto quanto embaçada...
E sem razões e motivos para termos fé na providência divina, porque nestes momentos nos parece ser mais fácil acreditar que Deus tem o poder pra nos salvar do inferno em chamas do que termos que exercitar a fé por intermédio de nossas fraquezas nestes momentos de dores e lutas interiores a fim de sermos permeados pela Graça que nos é concedida para vencermos o mal a cada dia, na esperança rumo ao aperfeiçoamento dos santos?!
- Conheci uma pessoa "muito usada por Deus” (não gosto muito de usar esta frase), dócil, amiga, irmã, fraterna, detentora de uma inteligência e capacidade de raciocínio fantástica, mas que também experimentou uma fase muito difícil em sua vida chegando a cair em depressão (uma tristeza profunda)... E esta fase, provação, como queira chamar lhe sobreveio quando a mesma estava liderando um trabalho, uma extensão de nossa igreja. E poucos, a minoria mesmo, aceitaram o seu estado de depressão e dor, outros a ignoraram pelo fato de atribuírem a ela os conflitos e problemas em que estava enfrentando era absolutamente em detrimento de porventura a mesma haver escondido um pecado embaixo do carpete...
Parece coincidência, mas estes "irmãos" se assemelham com os mesmos amigos de Jó. Entretanto é bastante válido o aconselhamento pastoral nestes momentos de angustias e sofrimento, contudo em alguns casos o silêncio fala mais forte, a exemplo dos amigos de Jó quando o viram naquele deplorável estado e situações de sofrimento ficaram perplexos diante da cena patética de seu amigo e resolveram fazerem um jejum de palavras ( de fato eles não pronunciaram palavra alguma durante sete dias)... Ora, Jó era conhecido não somente por causa de sua riqueza, mas bem mais conhecido por sua destreza e sabedoria em aconselhamentos perante o próximo. Outrora ele aconselhava aos outros a seguirem com fé na pratica do bem tendo como recompensa válida o recebimento da verdadeira felicidade como também os exortavam a se desviarem das veredas dos ímpios se mantendo íntegros. Porque dentro da cabeça de Jó só existiam duas classes de pessoas, os justos e os ímpios. – Posso contemplar a atitude sábia destes três homens!
Veja se não é vero? Houve e haverá situações em nossas vidas em que nos consideramos impotentes, desesperançosos, desamparados, aflitos diante dos problemas que nos sobrevém, e o que é mais sufocante, não temos a direção, a solução e nem tampouco o domínio da situação para resolvê-los e solucioná-los. E obtemos uma falsa certeza de que Deus nos ignora.
No terceiro capítulo do livro. Depois de sete dias e sete noites de silêncio e de sofrimento Jó quebra o ciclo do silêncio introspectivo de sua alma e rasga (desabafa) o seu velho coração para os seus amigos. Ele inicia o seu discurso amaldiçoando o "bendito" dia de seu nascimento e sua trajetória de vida na face da terra...
Dias atrás, o mesmo Jó disse a sua mulher: "Recebemos o bem de Deus s o mal não receberemos? Como manifestação de Sua Graça?" – "nu sai do ventre, nu voltarei para ela"...
- É impressionante como nós seres humanos mudamos de opinião perante aos fatos e aos problemas que estão diante de nós. Penso que o homem se converte a Deus não através do sofrimento, porém em face do sofrimento que o homem experimenta, ele de alguma maneira se converte a Deus. Posto se Deus é amor, como poderia fazer que o homem sofresse para assim amá-lo?
O sofrimento interior de Jó o levou a mudar de atitude em relação ao seu estado consciente de santidade e comunhão com o Criador Benevolente..., Entra em cena outro Jó, o qual ele jamais conheceu..., Um Jó que estava oculto no mais profundo de seu âmago, território emocional onde o pastor; o psicoterapeuta e o psicanalista jamais puderam penetrar, mas somente e através de um auto-exame profundo com a ajuda do dócil Espírito Santo que o homem pode reconhecer tal natureza decaída e impotente ante ao sofrimento; angústia e dor...,
Jó era tido como o homem mais justo da terra em sua época.
Acumulava uma fortuna invejável em seu País; era chefe de uma linda e maravilhosa família que todo casal almejava formar, pai de filhas formosas e de beleza exuberante, diz o texto. É obvio que todo mancebo de sua vizinhança cobiçava em ser um genro seu. Jó obtinha uma posição de destaque na sociedade era bastante famoso não Oriente, carregava no peito um altar ambulante, cujo propiciatório interior sacrificava freqüentemente ao Senhor, suas oferendas cobriam os seus filhos através dos sacrifícios de animais em prol de seus filhos e família...,
Pensava o árabe (Jó): "Quando porventura os meus filhos se reunirem para banquetear-se possam agir em desobediência ao Eterno."
Posto que na sua consciência, o temor e o tremor a Deus o faziam viver sobre os ditames de Sua palavra (mesmo não havendo Lei escrita que o restringisse)!
Muitos até podem dizer que Davi foi um homem segundo o coração de Deus (isso disse o próprio Deus aos homens acerca de Jó), porém como Jó eu não conheço. Um homem possuidor de uma paciência tremenda e de uma humildade desejada por muitos cristãos sinceros (sem dizer que Deus o considerava um homem justo)....
É interessante quando ao romper de seu silêncio, Jó se colocou diante do tribunal de Deus como um inocente [talvez o fosse de fato], pois, ele se julgava ser um homem segundo os parâmetros estabelecido nas leis divinas, o qual se desviava de todo o mal e onde até mesmo Satanás confessa na face de Deus: "Tu o tem protegido de todos os lados".
E quando o Senhor pela terceira vez permite que satanás tente/prove a Jó. O Senhor ordena: "Não toque no seu espírito". Ora Deus estabeleceu um limite para o Diabo agir na vida de Jó, posto que o próprio Deus soubesse quais eram os intentos de satanás e como também conhecia o limite humano de suportar tal provação sem desvanecer.
E todos nós sabemos que Jó suportou pela Graça de Deus em seu favor todo aquele insuportável sofrimento sem ser destruído..., é daí que Tiago nos consola e nos ama quando aponta para a longânime paciência de Jó. O Senhor conhece o limiar de uma alma em sofrimento profundo, Ele misericordiosamente cria todo um aparato espiritual ao nosso favor imerecidamente...,
Se não fosse o Seu perfeito amor, nenhum de nós suportaria qualquer provação/tentação, entretanto Ele permite, nos faz passar pela prova e no final Ele mesmo nos aprova diante de Seu poder sem igual.
Os amigos de Jó argumentaram e argüiram-no no afã de descobri qual seria o pecado de morte cometido por Jó. Eles não podiam entender de que Jó era um homem inocente e justo diante de Deus..., E se algo de mal e avassalador estava o assolando, só poderia ser algum pecado que Jó escondia debaixo do tapete do coração.
Sim, para Eliú, Zofar, Bildade e Elifaz disseminadores da Teologia Moral da
Causa e do Efeito, para eles tinha que haver algo associado com pecado, más-obras, influência causada pelo mundo espiritual o qual "rege "o mundo físico (Teologia da previsibilidade absurda)..., Teria que existir alguma relação entre a causa e o efeito...,
Neste caso a causa seria o pecado enrustido de Jó não confessado a Deus e nem a eles..., E o efeito seria as mazelas, a desgraça, o dor, a doença, a fome, a prova literalmente!
E o coitado do Jó todo purulento, supurando, cujas feridas iam dos pés á cabeça (provavelmente um câncer de pele), ele se rapava com um caco de telha e fazia a assepsia do local utilizando silício – imagine a ardência e dor que ele Sentia..., todo o seu corpo era dor, não havia pedaço de corpo que não fosse: agonia, sofrimento e perplexidade absurda...,
E segue a indagação de seus amigos e a culminação de um juízo terrível em relação à Jó e da sua família. Eles o acusaram de injusto, de infiel, de mentiroso, de arrogante, de caluniador, e possuidor de um espírito de cobrança, de descrente, de falacioso em seus argumentos diante de Deus..., o chamaram de asno, de burro...,
E Jó apenas os entrega a justiça de Deus..., E se voltando para eles diz: "O Senhor seja aminha testemunha e juiz diante de vocês"- E de fato, ele se rende totalmente a Deus mesmo sem saber o que estava lhe acontecendo, e deixa que Deus aja a seu favor sabiamente.
Todavia o que fica claro em todo o seu sofrimento, é que mesmo ele não entendendo qual era razão de seu sofrimento nesta vida, ele entende de que Deus possuía o domínio de qualquer situação, e isto ele afirma diante de sua mulher, dos anjos e dos demônios: "Eu sei que o meu Redentor vive e por certo Ele se levantará para me salvar!". Uma falácia em nosso meio evangélico se incorpora facilmente nos círculos de amizades, digo, é bem mais fácil apontarmos os erros de alguém e descobrirmos a falta de outros do que olharmos para dentro de nós mesmos e identificarmos pecados inerentes á nossa natureza pecaminosamente doente...,
Daí a exortação de Jesus e de onde se origina a cura em nós: "tira primeiramente a trave que está posta em teu olho e depois verá claramente o cisco que impede o teu irmão de enxergar". Queremos sempre atribuir a culpa e a debilidade no amar ao outro e nunca a nós..., e este alguém é sempre a pessoa que está mais próxima de nós, seja: o irmão, a esposa, o filho, o pastor, a igreja, o grupo religioso...,
É verdade que sofremos e nos machucamos com os pecados de outras pessoas contra nós, sim, isto é um fato...,
Entretanto, sofremos muito mais em relação aos nossos pecados não identificados e não reconhecidos que guardamos no interior de nosso coração.
O exemplo de Jó revele talvez um espírito de cobrança oculto no exercício e esforço de se cumprir o padrão moral exigido não por Deus, mas pelas produções doentias da religião que existe para se auto-justificar como DEUS sobre o homem!
Depois, lá na frente Jó descobre que para servir, amar e conhecer a Deus seria algo mais interessante e mais profundo do que: dogmas sem espírito e rituais sem vida...,
Jó percebe que amar a Deus acima de todas as coisas nada mais era que se lançar ao seu cuidado e amor no caminho...,
Possuir uma consciência pacificada com Deus e consigo mesmo. Saber de que tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus, mesmo que o BEM aparente ser um mal, mas que culminará em um "mal-para-o-bem" de quem ama e é amado por Deus.
-- Desde cedo aprendi que viver obedecendo no amor de/a Deus incluía, guardar não a Bíblia decorada, mas a Sua Palavra impregnada no coração; é ter prazer em Sua lei noite e dia e nela meditar silenciosamente; é carregar no peito uma gratidão por tudo o que Deus fez, faz e fará; é ser livre dos juízos dos homens; dos meus e do Diabo; é nutrir uma comunhão com o Espírito e ser-pertencer a Cristo até as pontas mais profundas das minhas vísceras....,
O profeta disse que Jesus APRENDEU a ser obediente a Deus em tudo através do sofrimento..., e foi obediente até na morte de cruz.
Não entenderemos totalmente os desígnios de Deus enquanto estivermos neste corpo e neste mundo caótico, ambíguo, degenerado e perdido! Conquanto seja através da Pessoa do Espírito Santo que Deus age e interage neste plano natural e do imediato..., ora nos orientando..., ora nos confortando..., guiando-nos pelos caminhos estreitos e difíceis do nosso existir. E nada tenha de fato a vê com a teologia moral da causa e do efeito gospel, ninguém sabe nada de nada nesta existência, só existem conjecturas humanas e nada mais...
O próprio Jó convivia com um drama que lhe fazia vê que ao seu redor havia pessoas boníssimas, mas que comiam o pão que o diabo amassou, e de outro lado ele via gente da pior estirpe possível vivendo uma vida maravilhosa e arregaladamente, estes indivíduos conseguiram se desviar e fazer manobras para se livrarem de todos os obstáculos e desgraças da vida, e só se encontrarão com o juízo de Deus na eternidade.
D. Helder Câmara tem um belo pensamento que diz: "Há criaturas que são como a cana, mesmo postas na moenda, esmagadas de todo, reduzidas a bagaço, só sabem dar doçura...". Assim foi com Jó e assim deveria ser com o cristão que vive com tamanha gratidão a Deus...,
Muitos interpretam "o carregar a cruz" como um peso de ter que suportar um irmão problemático que nunca muda de conduta, ou expressa qualquer motivo de transformação...,
Outros atribuem a sua cruz a sua família; mulher que sofre de esquizofrenia, um filho que nasceu com uma enfermidade incurável, um pai que está morrendo aos poucos, o emprego, o patrão, a profissão, o salário que ganha; a casa que mora, as escolha que fizera na juventude, o espinho na carne, o colega NE trabalho, o vizinho do lado, etc.
Todavia o que o Senhor Jesus nos revela claramente é que a nossa cruz somos exatamente NÓS MESMOS, i.e., são: a nossa natureza caída; os conflitos de uma alma degenerada e obscura; nuances de uma alma sedenta por Deus; uma alma insaciável pela presença do amor, do prazer em viver, de regozijo espiritual, paz espiritual e perene, felicidade plena e de eternidade concreta..., A vida abundante que o Senhor promete aos remidos quando estes alcançarem o Reino dos céus, nas mansões celestiais junto ao Pai da luzes.
A cruz do Evangelho existencial m amor é diferente da cruz do cristianismo histórico, posto que a cruz do cristianismo histórico produza no outro o estigma da religião separatista e exclusivista..., Já a cruz do Evangelho existencial em amor, exige uma renúncia própria de nossos anseios críticos e casuais e nos direciona aos anseios cruciais, onde só podem ser obtidos através do reconhecimento de nossa sede pela gloriosa presença de Deus (doxa).
Semelhantemente a Jó todos nós lá no fundo tentamos atribuir a Deus todos os nossos problemas sofrimentos indesejados – isto talvez nos revele um "espírito de cobrança" guardado pó debaixo da superfície da alma.
Deus é soberano e Senhor – Deveríamos entender isso, e isto já nos bastaria para aquietarmos a alma...,
Todavia amando no seu amor entendemos a necessidade que temos de entender a Deus e o Que Ele de fato representa para nós criaturas. O nosso amor para com Ele não é nada comparado com a grandiosidade de Seu amor para conosco.
Sim! O Seu amor nos constrange profundamente e compreendemos nisso, que não somos consumidos pela facilidade de renovo de suas misericórdias dia após dia...
Portanto que fique discernido como principio espiritual mais elevado que se possa ter com Deus: O amor a Deus nos faz pessoas fortemente espirituais. E se viver-vivendo-amando no amor de Deus conheceremos a Deus e quem Ele é, e não apenas conheceremos o que Ele fará por nós, pois, Deus é AMOR!
E porque Ele é amor que ama a todos, Ele repreende a quem ama. Então meu irmão (ã) se está sendo provado (a) não desamine, mas persevera Nele. Confie em Seu poder e amor que não sofre variações e nem mudanças de estado.
O Evangelho de Cristo consiste em uma mudança de DENTRO PARA FORA...,
Quando evangelho passa a ser secundário, sem respostas, sem espírito, sem mensagem, sem saúde, sem cura, sem poder, sem salvação e sem revelação para quem ouve e crer. Creiam já se transformou em engano in-substancial para a alma. Ele deixou de ser o poder para salvação de todo aquele que nele CRER.
E daí em diante o que ocorre é a liquefez da alma...,
Quando expulsamos o pecado do nosso homem interior é que descobrimos que a necessidade de satisfazer os nossos desejos cruciais está em primeiro plano na vida de um cristão sincero que busca amar a Deus.
Só então quando correspondido ao amor recíproco, Deus estabelece o Seu reino em nosso interior e o nosso coração TRANSFORMA-SE, como num majestoso trono de Deus, cujo prazer do homem agora é ter comunhão e um relacionamento estreito com o Senhor.
É preciso lembrar de que Deus é Espírito?
É necessário afirmar de que somos seres perfeitamente imperfeitos?
E que doidamente como carnais desajustados procuramos pastos verdejantes e águas tranqüilas..., sedentos como a corsa pelas águas correntes para se deliciar..., Entretanto nos deparamos com um paradoxo: É-nos outorgado um lampejo da Graça para nos fazer compreender os desígnios e os pensamentos de Deus [mente de Cristo].
Portanto agora Cristo passa a ter o controle sobre o homem-ovelha nascido de Deus para brilhar feito astro no Mundo.
Se nos identificarmos como seres carentes e limitados por um poder superior, então compreenderemos o significado de haver um Deus de Amor infinito preocupado com a raça humana caída de seu estado original e perfeito.
Conhecer Jesus é tudo 19/10/2002.
Mano Serafim

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

A cosmovisão do maluco beleza

“Um dia, numa rua da cidade, eu vi um velhinho sentado na calçada

Com uma cuia de esmola e uma viola na mão

O povo parou pra ouvir, ele agradeceu as moedas

E cantou essa música, que contava uma história

Que era mais ou menos assim:

Eu nasci há dez mil anos atrás

e não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais (2x)”

Na cabeça (percepção) do maluco beleza (Raul Seixas), o próprio interlocutor (o velho sentado com uma cuia de esmolas e viola na mão) seria o “espírito” da História dentro do tempo e do espaço...
Enquanto que na mente de Nietzche, o "velho profeta de cuia e viola na mão" seria o Profeta Zaratrusta que viera antes dos tempos (rsrsrs!)...
Todavia deve-se considerar aqui, todo um vislumbre, cuja percepção esteja no plano animal e linear. Esta era a forma que o cantor via o mundão a sua volta.
Eu nasci há dez mil anos atrás” – frase que ecoa ainda hoje nos anais da história, mas pena que tenha sido interpretada erroneamente pela cristandade, a qual a define como demonismo cultural...
Uma alusão negativa que os cristãos (na sua maioria) fazem da figura de Adão, de Matusalém e do Diabo (ser impessoal) - Satanás, principalmente quando se afirma"eu nasci há dez mil anos atrás"(ai o cara que ouve  a música cogita quem de fato seria este espirito que viveu há dez anos atrás)...Mas a pergunta ainda persiste, quem seria essa pessoa que viveu há dez mil anos atrás?
No meu ver, seja algo que perpassa um relato sinóptico dos acontecimentos num mundo - em que o egotismo humano se instalou na Natureza (mudando a sua forma e estrutura natural de renovo) de tal forma que a sujeitou a tamanha vaidade e destruição.
É o bicho-homem (“primata”) civilizado se distanciando do amor e da graça do Criador nos atalhos de suas elucubrações sem a percepção de sua existencialidade e propósito de habitar neste Universo e seus Versos.

“Eu vi cristo ser crucificado

O amor nascer e ser assassinado

Eu vi as bruxas pegando fogo pra pagarem seus pecados,

Eu vi,

Eu vi Moisés cruzar o mar vermelho

Vi Maomé cair na terra de joelhos

Eu vi Pedro negar Cristo por três vezes diante do espelho

Eu vi,

Eu nasci

(eu nasci)

Há dez mil anos atrás

(eu nasci há dez mil anos)”

Representado pelo “espírito” da História, o velho “profeta” vaticina na medida em que o calendário retrocede até Moisés atravessando o Mar Vermelho, a pés a secos, juntamente com os hebreus (êxodo do Egito).
Eu vi Cristo ser crucificado” o calendário (cronos) pára – O Cristo de Deus se revela como um divisor de águas da História-História – o mundo contemplou um milagre histórico e acena para todas as gerações futuras, i.e., a ENCARNAÇÃO. Em seguida os fatos cronológicos se concentram posteriormente nas entrelinhas imaginárias do tempo, entretanto, a verdade é o que o amor tem sido assassinado de geração em geração sem os conteúdos do Evangelho da Graça.
Quando ele canta: “Eu vi as bruxas pegando fogo pra pagarem seus pecados”, isso se temporalizou e se corporificou na idade média( e nos formou filhos do obscurantismo religioso e pagão), em que a “igreja” condenou todas as práticas que seriam ilícitas diante da ortodoxia papal e de Roma. Na Idade Média, muitos cristãos sinceros e genuínos foram queimados vivos intitulados de: bruxos, alquimistas, magos e hereges... Verdadeiras nuances de um pseudo-cristianismo histórico medievo!
Ele também narra que flagrou Maomé se prostrando para receber as tábuas da revelação do Islã... Podemos recordar as cruzadas cristãs na Europa e Oriente Médio e delas subtrairmos nossas próprias conclusões – leia a história das cruzadas.
Eu vi Pedro negar Cristo por três vezes diante do espelho” – ora, segundo os evangelhos esta frase (sem a metáfora do espelho) do velho profeta na canção do maluco beleza, já havia sido predita pelo própio Jesus a Simão Pedro. E na história dos evangelhos revela que o homem sempre negará ao Cristo com suas atitudes e medos, ainda que o prometa verbalmente: “Eu te seguirei e se for preciso darei a minha própia vida pela tua causa!”

"E não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais (2x)

Eu vi as velas se acenderem para o Papa

Vi Babilônia ser riscada do mapa

Vi conde Drácula sugando o sangue novo

e se escondendo atrás da capa

Eu vi,

Eu vi a arca de Noé cruzar os mares

Vi Salomão cantar seus salmos pelos ares

Eu vi Zumbi fugir com os negros pra floresta

pro quilombo dos palmares"

Nesta estrofe o poeta-místico, Raul Seixas faz uma viajem desde o berço das civilizações na antiga Babilônia (Ur dos caldeus, Mesopotâmia, Iraque –regiões que sempre foram palcos de guerras e conflitos na história do Oriente Médio) e arma sua tenda no quilombo junto aos negros fugitivos dos tempos do Brasil Colônia... Em outras palavras: É o desejo violento que o homem possui de manipular, oprimir e escravizar (como se fosse propriedade sua) o seu semelhante!
Em seguida ele contextualiza toda uma geração da qual ele faz parte - critica uma geração que dá crédito aos cinemas, a ficção e a aparência, deixando de lado os valores essenciais de uma sociedade realista e madura, embora o próprio Raulzito aderisse ao movimento hippie (movimento liberal contracultura eclodido na década de 60, cujo slogan que se propagava era - “paz e amor”).
O Drácula talvez simbolizasse o poder e a representação do Estado como um ente politizado vampirizado e espoliador dos cidadãos e dos trabalhadores...
O link feito entre Noé e Salomão configura duas gerações distantes, porém, com os mesmos desejos e anseios pecaminosos de sempre – Nos dias de Noé, segundo o A.T., o qual levou 120anos para construir a Arca (barca flutuante) e neste ínterim, o próprio Noé apregoava a mensagem “APOCALIPITCA” de Deus aos homens do antigo mundo. E não houve arrependimento de nenhum deles, e salvos foram exceto Noé; a sua esposa; os seus três filhos e suas respectivas noras, e cada casal de animais segundo a espécie que havia na terra nestes tempos antediluvianos (Segundo a Bíblia).
Com a mesma aridez espiritual se encontrava à geração petrificada e insensível ao chamado de Deus nos dias do rei Salomão, filho de Davi. Os “seus salmos cantados pelos ares” revelam a insensatez de uma geração doente e alienada de Deus (eles não davam ouvidos ao que era cantado como significado de sabedoria divina pelos lábios poéticos do profeta e rei) – imagine a sabedoria deste homem que compôs centenas de provérbios que eram verdadeiros ditames para um bom viver em harmonia entre os homens em sociedade [em relação ao próximo], no relacionamento submisso a soberania de Deus, e a natureza como peça de um ecossistema – logrando uma metanóia na vertente de total sustentabilidade e preservação do meio ambiente para as próximas gerações.
Salomão viveu a vida com toda a intensidade de um monarca na sua gloria e apogeu!
Ele discerniu que debaixo do céu tudo era relativo e que absoluto mesmo só quando a vontade de Deus era realizada na vida subjetiva do homem crente!
Um salto para a nossa história do Brasil colônia refaz uma arquitetura dos casarões e engenhos com as suas senzalas – diga assim de passagem, a maior de todas as humilhações que um homem poderia ser submetido - a escravidão!
Zumbir fugir” – Presume que cada gente; cada povo; em cada êxodo, cada pacto e em cada movimento, exige um líder, e Zumbi não poderia ser descredenciado das prerrogativas que o fazia um “messias negro” – liberdade e salvação para os seus consangüíneos era a sua ideologia, afinal o Cristo de Deus (universal) não veio primeiramente para os seus (judeus)???

"Eu vi,

Eu nasci

(eu nasci)

Há dez mil anos atrás

(eu nasci há dez mil anos)

E não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais (2x)

Eu vi o sangue que corria da montanha

quando Hitler chamou toda a Alemanha

Vi o soldado que sonhava com a amada numa cama de campanha

Eu li,

Eu li os símbolos sagrados de Umbanda

Eu fui criança pra poder dançar ciranda

E, quando todos praguejavam contra o frio,

eu fiz a cama na varanda"

Aqui nesta estrofe, a história mais uma vez se resvala num arquétipo do próprio Diabo, aliás, na pré-encarnação do Anticristo – A figura de um líder enigmático e tirânico, Adolfo Hitler (inicialmente venerado por toda a Alemanha, inclusive, no inicio fora apoiado pelas igrejas: católica a protestante)
O nazismo emergiu das profundezas abissais de um coração totalmente desprovido do amor de Deus e de amor e afeto pela raça humana – tal sentimento de morte e ódio reconstrói a figura do Diabo de fora, neste caso, se tratando da pessoa de A. Hitler, o diabo é o que procede de dentro dos homens (coração perverso e vil).
Ora, Hitler, segundo relatos factuais, era uma pessoa extremamente possessa de ódio, morte e destruição! Ele se alimentava do ódio contra os semitas (principalmente judeus); negros e contra os homossexuais, aliás, o cara era um sociopata inveterado.
O fato de o “velho profeta” ter visto o “sangue que corria pela montanha”, nada mais se configura com as barbáries nazistas contra milhões de judeus na segunda guerra mundial.
Sonhos abortados e vidas ceifadas, não somente dos judeus e dos inimigos de guerra dos alemães, mas dos próprios jovens soldados alemães que “sonhava com a amada numa cama de campanha” (estavam na esperança de logo retornarem para suas famílias- mas a história foi outra)- tudo em nome de um homem doente obstinado pelo o seu ódio existencial e seu narcisismo...
"Eu li os símbolos sagrados de Umbanda" - o própio Raul era uma figura bastante esotérica, e neste verso ele declara a sua crença sincretista que vai de uma roda em terreiros de umbanada (tido como baixo espiritismo) ao "espaço sideral" num disco voador (acredita-se em uma força, na energia divina e cósmica que rege o Universo)...

"Eu nasci

(eu nasci)

Há dez mil anos atrás

(eu nasci há dez mil anos atrás)

E não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais

não, não porque

Eu nasci

(eu nasci)

Há dez mil anos atrás

(eu nasci há dez mil anos atrás)

E não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais

Não, não

Eu tava junto com os macacos na caverna

Eu bebi vinho com as mulheres na taberna

E quando a pedra despencou da ribanceira

Eu também quebrei e perna

Eu também,

Eu fui testemunha do amor de Rapunzel

Eu vi a estrela de Davi brilhar no céu

E praquele que provar que eu tou mentindo

eu tiro o meu chapéu

(eu nasci)

Eu nasci

(há dez mil anos atrás)

Eu nasci há dez mil anos atrás

(e não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais)"

Nesta estrofe da música o cantor se desfaz de suas epifanias na História e surta diante das perplexidades e do absurdo que ambiguamente vive a humanidade...Na virtualidade, o homem procura se esconder da realidade do propio existir sem a volição de Deus. E aí a criação de um "avatar" que lhe personifique ( lhe parece ser uma boa idéia), ou mesmo lhe oculte diante da verdadeira realidade da vida e de seus problemas triviais...
Num olhar caleidoscópico de várias matizes, o maluco psicodélico refaz uma analogia do homo-sapiens com o primata não evoluído, o macaco. Ele diz que estava com os macacos na caverna e sua odisseia evolutiva se planifica no episódio dele ter ido tomar vinho com as mulheres na taberna...
Sim, nosso poeta pouco compreendido em sua época devido ao seu jeito louco de ser, pôde enxergar para onde e como caminha a humanidade..
O maluco beleza se foi deste mundo de maneira trágica e chocante – eu me atreveria em dizer sem nenhum preconceito e juízo, Raul sempre cantou (profetizou): “Eu que não me sento No trono de um apartamento Com a boca escancarada Cheia de dentes Esperando a morte chegar...” e da sua boca saiu o decreto de sua própria morte, posto que ele faleceu em seu apartamento com uma parada cardíaca, e sob suspeita de uma crise de pancreatite fulminante - (ouvir: música - Ouro de tolo)
Inevitavelmente e da maneira que ele escolheu viver intensamente e numa paranóia, teve suas angustias muitas vezes “supridas” com altas doses de bebidas alcoólicas e baseado de maconha (infelizmente), as “viagens” não puderam evitar a sua bronca e desaprovação com relação ao mundo e com as pessoas que fazem o mundo desta forma.
Decerto que desde cedo ele havia percebido que o mal poderia ser materializado pelas ações dos homens maus – daí o bom senso de andar na contra-mão dos maus homens que transformam o mundo, a terra e as coisas num inferno existencial.
Eu confesso que curti muito Raul Seixas, e desde cedo entendi que nem por isso deveria fazer coisas que ele fez ou fazia pessoalmente, eu apenas tentava entendê-lo (sua mensagem) nas músicas que compunha, as quais interpretava com seu jeito doidão e largado e com a sua voz rouca (muitas vezes desafinada).
Negativa-mente, Raul absorveu toda esta energia maligna que dissolve a alma humana, resumindo-a a pasta, sem solução alguma. Ele se desiludiu com a vida pelas obras dos homens.
O maluco beleza se perdeu no meio de seus devaneios e delírios diante da vida que logo mostrou para ele a sua realidade – nua e crua, proveniente do falecimento do amor metafísico (filos. Shopenhauer)...,
A minha intenção de ter comentado esta música do Raul e Paulo Coelho, talvez sirva como lição para que muitos de nós cristãos comecemos a olhar o mundo e as pessoas com outros olhos – ao invés de se olhar o pacote se atenha ao seu conteúdo!
O diferente não é um extra terrestre, mas um ser que procede da mesma Fonte de Vida que a sua... Considere os valores do próximo como se fossem também os seus, pois, para se viver em sociedade a soma de todos os valores cívicos e morais são essenciais para se construir um mundo onde as diferenças são apenas um detalhe, cuja percepção só enxergava no plano do imediato e do temporal. E o que for ético não se confunda com o que é estético e efêmero.
Pense Nisso!
E deixe de ser bobinho(a). (rsrsrs!)
Mano Serafim